quarta-feira, 27 de maio de 2009

Poesia de meu tempo

Há muitas vozes.
Me chamam e não vejo,
há ademais muitas vozes!
Eu aqui posto em meu
lugar, diante do espelho,
e eu perguntando ao pó:
onde fui parar?
Em que estação desci?

(verão, o romance, e outono, o fogo)

Há muitas vozes! E me convocam!
Me contam velhas notícias.
Me deixam às sombras do banco.
Entre dois dias me prendo
e me ilumino muito pouco.
A dor é só fingida
o vento voa imaginado
no marginal indício e repouso
teu e meu, os olhos. As vozes!
Crio asas (há muitas vozes)
crio o tempo (desafinam)
e criarei minha própria era
insistida no silêncio
de uma paz, minha e de todos
pintada em só uma cor, uma gota vermelha
entreversada.

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