Na janela, um vento que ruge pra dentro de casa.
No cristal, uma paixão antiga e descolorida.
Descobri a forma de uma paixão,
mas como mantê-la?
Se minhas mãos são pequenas,
se eu todo me compresso em minha pequenitude,
sou ínfimo e me exponho, sem motivos.
Quem sabe um dia volto a ser,
e essa fenda e essa magnitude
completarão de vez a vida inteiriça.
Sob a camisa vermelha
sob o peito sem disfarces
eis o peso de meu mundo!
Que dor tamanha reconhecer
que do mundo não escapamos mais!
As peças estão dispostas.
Mas não sei juntá-las.
Peço perdão pela ignorância minha.
Não nasci por entre clarividências.
Consumi apenas o que me foi entregue
e nada além resta que minha disciplina não
já tenha confrontado antes.
Sou o palhaço e todos, todos choram.
Coitados, mas salvá-los é impossível.
No final da tarde, e
na ceia posta à mesa
o mundo fecha-se. E vejo no furo,
nos contornos do abismo branco
e nos palcos dos dramáticos
o frio que tomou: esta terra, esta terra.
domingo, 17 de maio de 2009
Esta terra
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1 comentário(s):
goxxtei em especial :)
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