quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

É de mel

É de mel e de quindim
este poema.

Todo dia é dia na confeitaria do bairro
e todo dia lá estou.

Vim comprar doce, digo à dona mui simpática.
A mim não me engano: vim ver sua filha,

dezesseis anos,
olhos de brigadeiro
cabelos de hortelã
pele de caramelo
e lábios de maracujá.

Debruçada no balcão, eu
quase morro de tanto sonhar.

Pego o saco. Pago a conta.
Saio tão lento que quase adentro o recinto novamente;

ainda ela, debruçada (linda);
ainda eu em sonho.

Passeio torto na rua: sua culpa.
Sou todo açúcar. E amanhã compro mais doces,

em nome avulso ou qualquer,
pois meu esquema meu delírio meu indício

é um chocolate de tão gostoso.

2 comentário(s):

mills disse...

Hoho, gostei mucho!
mucho mesmo ;p
besos.

disse...

mas oh, que bonito :D gostei!!
p.s.: largou as cruzadas?