É o modo com que o mundo
nos bota livres em um palco morto,
e, na audiência, o destino e a miscigenação
no eterno confronto e jogo
do fogo que arde a lamber-se à vida.
Tudo que é espaço e aéreo
e que não nos pertence por saída,
antes por inquisição própria e tormenta sadia
é que não existe. E logo abandonamo-os
sem desconfiar à cara simples
a figura no espelho dinamitado.
E as montanhas vão a premiar o silêncio
que os sucumbidos formaram ao darem as mãos.
A experiência ecoa e coça e róe-se.
O chão deixou de ser batido e passou a bater.
A idéia deixou o posto esculpido e deu de morrer.
Pois há cinza nos céus impávidos
e a glória afrouxa seus limites
e a força percebe-se fraca em nosso peito.
É quando morremos, pasmos;
mas numa existência há mais mortes infindas
carcomendo os órgãos pela raiz lenta e viscosa
do que se contaria numa vida vivida toda.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Obituário às três e trinta e sete
| marcado em Jules gostou, poesia | Este texto foi postado às 20:44 e está marcado em Jules gostou, poesia . Você pode seguir os comentários através do Feed RSS 2.0. Você pode também deixar um comentário, ou linkar do seu site.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentário(s):
Postar um comentário