domingo, 19 de outubro de 2008

Poemificar

Tudo começa com uma idéia,
uma visão incontada; um sonho claro.
Viaja entre vôos e saltos
numa onda multicolorida...
chega então a folha branca,
sempre branca,
com seus olhos devoradores e
pinças cintilantes.

Eis lápis - caneta - pena e tinta!
Anda e transcreve as visões que tive
com a beleza imperfeita da língua, vai!
E as palavras vão caminhar o céu.

Iniciam-se versos e contrações,
tudo isto saindo de mim,
caindo no espaço importante das linhas;
é virado ao avesso.

E caí no final! Mas com
um sorriso de quem se fez
inacabável, inacabado.
Um raro cristal, ludibriando a verdade,
valendo um preço injuso e imensurável.

E assim, as atenções migram ao poema
esquece-se no transe o poeta-dilema,
que muta a ser admirador.
Até a poesia mantém inerte, intacta,
sua função hipermetalingüística.

E é nesse último verso que me encontro mais inteiro; diverso.

1 comentário(s):

disse...

muito true, como eu sempre digo :)
traduziu tudo de uma forma muito bem trabalhada, digamos assim.
enfim, um comentário.
:D