domingo, 5 de outubro de 2008

O fim

Enfim chegam as formas e tipos do mundo
ao seu oblíquo e derradeiro final,
pois tudo tudo mesmo é oriundo
de uma mesma voz, de um mesmo arraial.

Vejo-me também,
finito e findável,
nos espelhos entre becos sem saída.

O dia também é poesia:
encerra e recomeça apenas pela
vontade de reacabar.

Morando a vida inteira
nesta casa temporal
no inacabável fim
incurável remédio
do momento claro e simples,
no final
fim-all
finalizado.

Se nós vivemos,
se nascemos e vivemos
se somos todos os absurdos
do cotidiano, somos personagens e
logo nem somos mais..., acabou.

Sobram só as memórias atrasadas,
te lembras como?
E elas têm as cores que queremos...
papéis pensados e assinados em branco
amargo choro em saudade (divino pranto!),
e elas tinham formas que agora temos.

O mundo termina, embora seja eterno;
o mundo ensina, contudo nunca aprende;
ao mundo desafinado que combate seus heróis,
o mundo é que comanda, enfim,
apesar de ser carente.

Sinal de siga, prossiga, vai!
Sinal sinaleira sinalizado, o sinal
que arremesso no céu (e como voa!)
e dura mais que eu,
dura enquanto durar a eternidade sua.

Então vai o caminho tortuoso,
torturante, disto distante
seguir seus perigosos saltos e
sobressaltos e subsaltos.

Este estranho jogo, o
flerte inerte das palavras
voando mais alto que as asas
de répteis: eu, que espero
assim imortalizar-me...

O homem..., mais redundante que
as estrelas pontificadas;
perde-se em sua grandeza minúscula
única, bipolar, trifásica, quarentena.

O homem, ser tão limitado
e de ideais puros (muros)
que conserva em gavetas... sete chaves os protegem!

Tudo no mundo - eu digo, tudo,
e repito: - tudo enfim finda em
falha rompida e não mesurada
do desexistir.

Menos meu poema
que, por ser dilema,
nunca encontrará o fim.

1 comentário(s):

Anônimo disse...

Aahn... me arrepiei.