quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Eu, que sou

Fogo palpitante
e as rodovias suspensas
àquela uma que descrevo
em deserto, desertam-me.

(É isso mesmo)

o homem cada vez mais máquina
já esquecera como olhar para os lados.
A raiz de tudo está em aérea flutuação,
desbotando a ponta periódica
do meu triângulo ABC sem lados,
de lados A Z K L C F E,
xiz da razão-cheque-mate.

Eu, que nasci de sonho
nesse mundo de semi-deuses indiscretos
devotos ao que ponho
sob a mesa vento vinho fogo reto,
justo eu!, pra me ser.

Pronto para a fuga,
fugindo dessa existência controversa
que abre janelas rios fluindo aquático
apático fato de ser-me!

Incontáveis as contas
prontas e já escritas nas estrelas
que insistimos em recalcular.

Alto atuo o ato
vide vivo a vida que
foi-me transgredida
por monges mangas
rasgadas e suculentas
fruto e polpa, também.

Sobram ainda fragalhos dos amigos
amados amigos amizade amontoada
às pressas.

Pois se não fosse eu a cumprir
o papel de metalingüisticar-me
que seriam vocês de mim?

0 comentário(s):