domingo, 15 de março de 2009

Questões e nada mais

Todos nós
atirados e estirados no indivisível
mesmo varal, sob a secura do sol
queimante, que fazemos, se não secamos?

Cada um de nós
com a particular cadeira coletando
rachaduras na varanda e na cama
abandonada, que somos, se não rachamos?

Nós e apenas nós
e o sujo relógio catequizando a
todos com o badalar de seu
sino, que juntamos, se não badalamos?

(muito embora agora me badalo todo:
é meu coração pedindo trégua, altíssimo)

Eu somente
furando as quatro paredes
banidas e sumidas de meu
cômodo, que sopro, se não bano?
De quê sofro, se não amo?

1 comentário(s):

disse...