Duzentos deuses vieram ao meu quarto hoje.
Me analisaram, investigaram.
Me chacoalharam, sopraram o pó do nó
que existe no mecânico gesto
de erguer o braço prisioneiro.
Este gesto era o que mais temia.
E cada palavra que solfejavam
viajava nua e crua no espaço,
inutilmente.
Duzentos deuses só vieram me contar
que as gaivotas, os pelicanos
e as sementes também sofrem.
Conversa fiada; os fitei
com olhos ondulados e disse:
nenhuma dor é tão sozinha
para que doa mais que a minha.
Consentiram, tristes. Isto foi hoje...
sábado, 7 de março de 2009
O dia lúcido
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2 comentário(s):
ah, vá! que coisa! sempre que eu leio alguma coisa aqui, eu gosto. e sempre meus comentários ficam coisas sem graça. releve.. tá muito bom, pra variar!
esse eu adorei.
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