segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Escada

Por favor não ouses subir
a escada verde anoréxica
que o poeta criou
com suas próprias mãos
(tesouras) a partir do barro:
não é de teu bico.

Nem de teu interesse.

Ela não te levas
ao gênesis vermelho
ou a um oásis reconstruído.
Geralmente ela nem
começa,
entretida em sua paisagem
de não-ser.

Não verás degraus,
só escamas dum dragão
perdido em pele de homem,
protegido pelo cérebro-máquina.

O caminho é sinuoso:
nem sempre ascende
todavia nunca desce.
Não ri, não sorri,
não pula de
um desfiladeiro problemático
com pedrinhas afiadas ao fundo.

Não existem corrimãos,
só serpentes que te
perseguem,
sentindo teu néctar
intruso,
correndo-te e roendo
a si mesmas.

Não adivinhes;
não penses saber do
que se trata!
A escada é visível
apenas a quem chama,
ora!

(Também tem um nome,
a serpentina escada,
Poesia).

1 comentário(s):

Anônimo disse...

É, esse tá bonitinho