quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Portas

São as portas.

Ah, as portas que não abrem
em simples silêncio do dia e sempre
alma carente de significado grande,
pois é pequenina. Mas não admite
e nem encara. São brancas as maçanetas
ou preguei-me um desafio? Se for,
morrerá curto como for noite adentro.

E conforme tudo passa na janela,
janela é mais que entrada; invasão.

Rompe o equilíbrio angelical
que o diabo disfarçou, e é
fogo nas botas e raio claro na água.

Homens sem nome batem na madeira,
entram,
pois não há maçanetas nem fechaduras
em sua percepção palhaça
da vida que não vivem
pelos sonhos já sem fome
presos aos passados
em correias de aço fundido
até cristalizarem-se.

Pois as portas não dispõem
da paciência ou ausência ou qualquer outra cousa.
Mas são flexíveis em sua rigidez,
sempre passos a frente
dos nossos trapaceiros destinos.

1 comentário(s):

disse...

"janela é mais que entrada; invasão."
adorei! très bien!